Na última quinta-feira (18), oito aeronaves militares dos Estados Unidos foram avistadas sobrevoando o mar do Caribe, próximo à Venezuela, inclusive em áreas próximas à capital Caracas. O movimento foi registrado pelo site Flightradar24 e envolveu aviões utilizados em missões de guerra, vigilância e controle aéreo. A maioria das aeronaves decolou de bases americanas na região, com exceção de um E-3C, que partiu diretamente dos EUA.
A ação ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caracas, impulsionada por sanções econômicas, bloqueios a petroleiros venezuelanos e declarações recentes do presidente Nicolás Maduro sobre cooperação militar regional. Em resposta às sanções impostas pelos EUA, Maduro ordenou a escolta militar de todos os petroleiros venezuelanos. A medida foi tomada após a apreensão de uma embarcação carregada de petróleo na semana anterior.
No mesmo dia do sobrevoo, a Venezuela autorizou a partida de dois petroleiros de grande porte rumo à China, que se posicionou contra o bloqueio imposto pelos EUA, classificando-o como uma intimidação unilateral. Apesar do apoio diplomático, Pequim não detalhou se oferecerá ajuda direta ao governo venezuelano.
A China é o maior comprador de petróleo venezuelano e mantém acordos de empréstimos com o país sul-americano em troca da commodity. Dados indicam que, em dezembro, os embarques de petróleo venezuelano ultrapassam a média de 600 mil barris por dia. Os dois petroleiros que seguirão para a China não estão na lista de sanções e devem transportar cerca de quatro milhões de barris.
A intensificação do tráfego aéreo e naval na região aumenta o risco de confrontos diretos entre forças venezuelanas e norte-americanas, segundo analistas. A situação é monitorada com preocupação por países vizinhos e pela comunidade internacional.


