Em meio a tensões diplomáticas entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva e ao endurecimento das políticas de imigração dos Estados Unidos, agentes da TSA (Transportation Security Administration) estiveram no Brasil para discutir com representantes do Aeroporto Internacional de Guarulhos medidas mais rigorosas de controle de passageiros em voos internacionais.
Uma das primeiras ações concretas foi a exigência, já em vigor, de que todos os líquidos e cremes com até 100 ml sejam acondicionados em saquinhos plásticos tipo zip lock, medida que surpreendeu passageiros nesta semana. Embora o limite de 100 ml já estivesse previsto em normas anteriores, a obrigatoriedade do uso do zip lock não era aplicada até então. A mudança foi implementada sem aviso prévio ou período de adaptação, o que gerou confusão e protestos no terminal. Alguns passageiros, impedidos de embarcar com seus frascos, decidiram usar os produtos no local antes de descartá-los.
A assessoria de imprensa do aeroporto não comentou a reunião com a TSA nem explicou o motivo da nova exigência, mas afirmou que segue a Resolução nº 515 da Anac, que regula a inspeção de líquidos em áreas de embarque internacional.
Paralelamente, a embaixada dos EUA no Brasil tem intensificado os alertas sobre as regras de entrada no país. Entre os avisos recentes estão a exigência de entrevistas presenciais para renovação de vistos de não imigrantes, o reforço da vigilância nas fronteiras e advertências contra fraudes como casamentos arranjados para obtenção de cidadania. Um dos comunicados destaca que pedidos de visto serão negados se houver indícios de que o solicitante pretende ter filhos nos EUA para garantir cidadania americana.
Para agravar ainda mais a situação no aeroporto, um apagão atingiu o terminal na tarde do mesmo dia em que as novas regras começaram a ser aplicadas, dificultando o atendimento e aumentando o desconforto dos passageiros.
A embaixada americana foi procurada, mas não respondeu aos pedidos de esclarecimento.
